Vivenciar a fé é antes de tudo um exercício de paciência e resignação. Não encontramos sentido algum até estarmos completamente desligados, aptos a sentir o que rodeia-nos, sentir a plenitude da vida.

E esta plenitude está em não julgar. Pois somos chamados a não fazer julgamento dos nossos irmãos em Cristo. Pois não somos perfeitos, somos criados a imagem e semelhança de Deus, mas fazendo uso de nosso livre arbítrio, preferimos afastar-nos da criação do Pai.

“Não julgueis, e não sereis julgados. Porque do mesmo modo que julgardes, sereis também vós julgados e, com a medida com que tiverdes medido, também vós sereis medidos. Por que olhas a palha que está no olho do teu irmão e não vês a trave que está no teu?”
(Mateus 7:1-3)

Esvaziamos nossos corações e abraçamos o que nos parece mais fácil, melhor para nós. Abastecemos nossa boca de condutas vãs e saímos atirando a esmo as balas da ignorância, sem preocupação aparente com nosso entorno.

Queremos impor ao nosso semelhante nossa visão, mesmo que esta seja deturpada. Cheia de vícios e malícias. Mesmo que seja o objeto que virá a corromper outras pessoas.

“Não lanceis aos cães as coisas san­­tas, não atireis aos porcos as vossas pérolas, para que não as calquem com os seus pés, e, voltando-se contra vós, vos despedacem.”
(Mateus 7:6)

Julgar sem conhecer o que leva as pessoas a cometerem seus erros, é inconsequente e absurdamente incoerente com a temática, de uma vida plena na graça e gratidão.

Não é compreensível tecer julgamentos na verdade. Abandonamos os princípios que deveriam nortear nossa maneira de agir diante de um problema como este. Deveríamos sim, emitir uma opinião firme e bem sólida, baseada apenas na verdade, conhecendo todos os pontos de vista, aconselhando e quem sabe ajudando a resolver a dificuldade, pois julgamento e opinião são bem diferentes.

Esquecemos de fazer uma auto análise de nós mesmos, para verificar se não somos nós os verdadeiros culpados por disseminar erros aos outros. Se não somos nós que mediante ao orgulho e a soberba, esquecemos que somos antes de tudo, cristãos. Que devemos ser comprometidos com a simplicidade, com a humildade e com o equilíbrio. Não posso oferecer julgamento a ninguém, se eu mesmo sou um pecador, um mísero ser. Devo primeiro resignar-me e assumir meus erros, ser uma criatura de bem e ajudar a quem quer que seja a não errar.

“Aquele, pois, que ouve estas mi­nhas palavras e as põe em prática é semelhante a um homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela, porém, não caiu, porque estava edificada na rocha. Mas aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática é semelhante a um homem insensato, que construiu sua casa na areia. Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela caiu e grande foi a sua ruína.”
(Mateus, 7:24-27)

Não somos melhores que ninguém, mas devemos ser sempre comprometidos com a verdade, a verdade que nos salva e dá alimento que precisamos.

Alimento que nos transforme em verdadeiros seres de paz e harmonia, correção e união, benevolência e amor.

Na verdade, cristãos.